31 agosto 2007

Pessegada


Os homens são como as cerejas... há quem o diga. Estão enganados. Os homens são como os pêssegos. Há pêssegos de todas as formas e feitios, para todos os gostos, para agradar a gregos e troianos:

Há homens como pêssegos carecas, peladitos, escorregadiços, crentes de que é a testosterona em demasia a explicação para tal queda capilar. Ora... nem por isso! Não se iludam.

Há homens como pêssegos peludos, aveludados, agradáveis ao toque, macios e frutados, ideais para aquecer no inverno. Mas sem exageros como a manta do Tony Ramos.

Há homens como pêssegos de roer, carnudos, rijinhos, que dão vontade de chiscar pela noite dentro.

Há homens como pêssegos que largam o caroço, generosos, que não têm medo de gastar o pilim, estes costumam ser mais feiosos, mas são os mais apetecidos. Estes aproveita-se tudo até ao caroço.

Há homens como pêssegos maduros, sumarentos, que se desfazem ao toque, que só largam molho. São os mais doces, mas em demasia deixam as mãos peganhentas... blhaccc.

Há homens como pêssegos grandes e vistosos, apetitosos e perfumados e quando se lhe tira a pele... porra mais valia tar quieta! É só fogo de vista, muita hormona de crescimento, muita parra para pouca uva, se é que me entendem. Não sabem a nada, não cheiram a nada, é só tamanho e pouco prazer.

Há os homens como pêssegos enganadores, com buraquitos pequenos e que guardam verdadeiras bichas solitárias no interior.

E depois há aqueles que têm a mania das grandezas, que têm a mania que são diferentes e querem que lhes chamem nectarinas. A merda é a mesma, o nome é que é diferente. Modernices!

foto: http://www.flickr.com/photos/wcampelo

30 agosto 2007

Problemática do problema derivado da questão


Há coisa pior que dispender todo um esforço herculeano, transpirar e sofrer no trono para largar um mísero cagalhoto, que além de mísero, obriga-nos a gastar mais papel que uma cagada de gente à séria? Esta foi a problemática em debate na parte da tarde deste dia de trabalho.
A resposta, para surpresa geral, é SIM!!! Há coisa pior sim senhora!

Pode dar-se o caso, isto no campo da hipótese, de a pessoa chegar a casa com a impressão de que um cheiro merdoso nos persegue já há um bom tempo. Chiça! E depois de ter andado pela casa toda, lembrar-se de ver a sola e reparar que o sapato foi vítima de uma bosta traiçoeira! Isto já é mau! Mas torna-se pior quando se percebe que à medida que passarinhamos pela casa, deixamos um rasto bosteiro por onde passamos! Toca de descalçar, lavar os sapatos, lavar os pés, lavar a casa e finalmente vestir uma roupa mais confortável e sentar no sofá e gozar finalmente do descanso do lar.

Há coisa pior? E mais uma vez a resposta surpreenderá: claro que SIM!!! O pior é depois desta aventura, já sentado no sofá, voltar a sentir que o cheiro merdoso persiste. E aí começamos a questionar a sanidade mental. "É impressão minha?". Voltamos a levantar, a confirmar que a casa está limpa e só nos resta voltar a despir a roupa e reparar com espanto que a roupa interior está cagada! Ora bolas para isto! Toca de despir, toca de lavar, toca de limpar e toca de voltar a vestir. Uffa! Finalmente deitar na caminha e esquecer o malfadado dia!

Há coisa pior? Pois.... moral da história: há sempre uma merda pior para nos lixar o dia!

Conversas de almoço


13:00 em ponto iniciou mais um momento dedicado à arte de "bem encher a mula", que é como quem diz: hora de almoço.

Como meninas bem comportadas que não frequentam tascas e drogarias afins, fomos montar o arraial ao refeitório geriátrico do nosso digno local de trabalho. Todo o momento se reveste de um ritual de estender o pano da loiça bordado pelas mãos hábeis das mãezinhas, aquecer o tareco e dispôr os talheres "devidamente compartimentados".

Aquecido o comer e distribuídos os lugares, começa o fandango. O tema que hoje acompanhou a refeição é todo ele um hino ao bom gosto: cemitérios! Que outro tema seria mais adequado para acompanhar o mastigar sereno deste grupo? Cemitérios! Claro!

Depois de aconselharmos a nossa Fofa de serviço sobre os locais mais adequados para encomendar cortinados bons e a bom preço (entenda-se... baratos) chegamos à conclusão que os melhores cortinados encontram-se todos à porta de cemitérios, excepto, claro está, o da Amadora. E sabem porquê? Não é porque a "Amadora conta!", não, não é por isso, é porque os mortos passam tão pouco tempo lá que não chegam a precisar de cortinados.

Estabelecidos os pressupostos, chegou-se então à conclusão que a melhor vizinhança que se pode ter é a dos cemitérios. Sabem onde há uma vizinhança mesmo calma, silenciosa... mortiça portanto? Sabem? Sabem? Claro que é no cemitério. Imaginem só um jazigo em pedra calcária, pintar-lhe uma faixa azul, fazer um anexo para a garagem, instalar um barbacu para os serões de larica e ficar por ali mesmo a apreciar o sossego. Ahhhh não há vida como a do cemitério! O pior é a Tv Cabo, será que instalam? E já agora, acrescento eu... e a internet? Bem, a puxada da electricidade pode ser clandestina, a água vai-se buscar num baldinho ao repuxo da rua para fazer o xape-xapezinho e o gás pode ser ecológico por aproveitamento dos gases provenientes da decomposição dos vizinhos. Vizinhança boa esta, heim!