30 agosto 2007

Conversas de almoço


13:00 em ponto iniciou mais um momento dedicado à arte de "bem encher a mula", que é como quem diz: hora de almoço.

Como meninas bem comportadas que não frequentam tascas e drogarias afins, fomos montar o arraial ao refeitório geriátrico do nosso digno local de trabalho. Todo o momento se reveste de um ritual de estender o pano da loiça bordado pelas mãos hábeis das mãezinhas, aquecer o tareco e dispôr os talheres "devidamente compartimentados".

Aquecido o comer e distribuídos os lugares, começa o fandango. O tema que hoje acompanhou a refeição é todo ele um hino ao bom gosto: cemitérios! Que outro tema seria mais adequado para acompanhar o mastigar sereno deste grupo? Cemitérios! Claro!

Depois de aconselharmos a nossa Fofa de serviço sobre os locais mais adequados para encomendar cortinados bons e a bom preço (entenda-se... baratos) chegamos à conclusão que os melhores cortinados encontram-se todos à porta de cemitérios, excepto, claro está, o da Amadora. E sabem porquê? Não é porque a "Amadora conta!", não, não é por isso, é porque os mortos passam tão pouco tempo lá que não chegam a precisar de cortinados.

Estabelecidos os pressupostos, chegou-se então à conclusão que a melhor vizinhança que se pode ter é a dos cemitérios. Sabem onde há uma vizinhança mesmo calma, silenciosa... mortiça portanto? Sabem? Sabem? Claro que é no cemitério. Imaginem só um jazigo em pedra calcária, pintar-lhe uma faixa azul, fazer um anexo para a garagem, instalar um barbacu para os serões de larica e ficar por ali mesmo a apreciar o sossego. Ahhhh não há vida como a do cemitério! O pior é a Tv Cabo, será que instalam? E já agora, acrescento eu... e a internet? Bem, a puxada da electricidade pode ser clandestina, a água vai-se buscar num baldinho ao repuxo da rua para fazer o xape-xapezinho e o gás pode ser ecológico por aproveitamento dos gases provenientes da decomposição dos vizinhos. Vizinhança boa esta, heim!

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