
E tu velha carcaça... (em tom coloquial, entenda-se)... estarás porventura periclitante ou nem por isso?
Ohhh céus, para que serve uma carcaça bolorenta, esfarelada e velha? Essa é a questão, a dúvida existencial que nos assombra o dia-a-dia.
Cada dia acordamos com a esperança de que a carcaça não apareça, que tenha finalmente sucumbido à velhice, às mazelas da idade avançada. Mas contra todas as expectativas e anseios sinceros deste trio, ela aparece... mais velha e bolorenta que no dia anterior. Lá vem ela, um bocadinho mais surda, um bocadinho mais taralhouca, um bocadinho mais mirrada... mas viva o raio da velha! Viva e cheia de vontade de nos moer o juízo.
Conseguimos imaginar o dia em que começará a perder peças... um dia vem sem o braço, noutro é a perna que fica pelo caminho, os dentes perdem-se e os olhos rebolam... mas insiste em aparecer! Aos bocados, mas aparece. E quando tudo o resto perecer e findar, ela cá continuará, com o seu bolor, com a sua velhice ambulante, pois só ela é que não será pó e nada!
Sem comentários:
Enviar um comentário