03 setembro 2007

Ode à velha carcaça


E tu velha carcaça... (em tom coloquial, entenda-se)... estarás porventura periclitante ou nem por isso?

Ohhh céus, para que serve uma carcaça bolorenta, esfarelada e velha? Essa é a questão, a dúvida existencial que nos assombra o dia-a-dia.

Cada dia acordamos com a esperança de que a carcaça não apareça, que tenha finalmente sucumbido à velhice, às mazelas da idade avançada. Mas contra todas as expectativas e anseios sinceros deste trio, ela aparece... mais velha e bolorenta que no dia anterior. Lá vem ela, um bocadinho mais surda, um bocadinho mais taralhouca, um bocadinho mais mirrada... mas viva o raio da velha! Viva e cheia de vontade de nos moer o juízo.

Conseguimos imaginar o dia em que começará a perder peças... um dia vem sem o braço, noutro é a perna que fica pelo caminho, os dentes perdem-se e os olhos rebolam... mas insiste em aparecer! Aos bocados, mas aparece. E quando tudo o resto perecer e findar, ela cá continuará, com o seu bolor, com a sua velhice ambulante, pois só ela é que não será pó e nada!

Sem comentários: